quarta-feira, 26 de maio de 2010

Uma noite de sábado, o vento batia gelado e voraz nas vidraças do bar, quase nenhum barulho de automóveis ou pessoas na rua, esta era a cena daquela noite de inverno que apesar do frio e do vento estava clara como o dia, com uma lua absoluta no céu acompanhada pela sua falange de estrelas cintilantes como o ouro em meio ao chumbo.
Pois bem, jovem cerca de 20 anos estava em mais uma noite de pôquer com seus amigos rodeados por uma nuvem de fumaça onde pouco se via além das cartas, cada um com seu copo de uísque e charuto cubano, todos extremamente concentrados e carrancudos, diria até mesmo desconfiados uns dos outros, toda aquela cena sombria armada, quando de repente entra na sala um vulto em um longo vestido vermelho colado ao corpo bem moldado, de principio ele deu apenas uma passada de olho como quem apenas quer saber quem chegou, mas não teve como resistir àquela presença logo já estava sendo xingado pelos parceiros do Texas hold’em enquanto apostavam fichas de alto valor. Ele havia esquecido as cartas em sua frente, crime imperdoável!
Abandonou o jogo, as fichas, o charuto, acompanhado apenas pelo seu copo parou de frente para a jovem desconhecida a olhou nos olhos. Ela ali, linda com um sorriso estampado, olhos tão cintilantes quanto as estrelas companheiras naquela noite, deu um oi como quem dá um abraço, não um qualquer, mas um abraço de mulher que envolve calmamente e aperta contra o corpo quente e cheiroso! Sim ela cheirava bem, agradável inclusive ao olfato.
Ele só pensava que aquela estranha ali naquele bar onde ele tinha já quase raízes de tanto freqüentar, provavelmente não voltaria mais, nunca mais teria aquela enxurrada de sensações, e diante de belíssima cena disse “Pouco importa teu nome, tão pouco o meu, não me interessa passado nem futuro, quero apensas que hoje saia daqui na minha companhia”
E assim o jovem por uma noite abandonou velhos hábitos como o charuto, fichas, cartas, companheiros de poker, bebida e sai no rastro de uma quase estranha, quase, por que nessa altura o que precisa ele sabe, ela possui um sorriso encantador, um jeito provocante, e um olhar que fascina.

3 comentários:

  1. eeeedson! Esse texto tem algo de diferente dos outros.
    Creio que você devia 'estar' diferente na hora que o escreveu.
    Ele tem marcas de um escritor mais velho, e extremamente íntimo das letras, das frases, do conjunto delas,e principalmente do que causam nas pessoas.
    PARABÉNS!
    Está cada vez melhor...
    Beijos!

    Morena Raiz

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  2. Aprecio muito as palavras,e como te falei gostaria de ler seus textos, pois nosso grande amigo "jubão" me contou do seu blog!
    Gostei muito do texto a mim representa a mudança de um hábito,de uma rotina, como percebi em algumas frases, e a mudança se fez no ser novo que apareceu no local, e inesperadamente, e que o fez querer descobrir algo novo.
    Parabéns! Brother
    Leo senna

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  3. "E assim o jovem por uma noite abandonou velhos hábitos"...

    Sim meu caro amigo, há algo de diferente neste texto...

    Carol Gross

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