sexta-feira, 16 de abril de 2010

Elevador

“Segura a porta pra mim faz o favor!”, assim começou aquela manhã, com a frase proferida por aquela menina de cabelos cacheados, baixa estatura, óculos perfeitamente encaixados no rosto suave de pele lisa e voz macia, sorriso discreto diria até encantador. Eu ali atrasado pra aula da manhã, com sono, uma mochila pesada nas costas cheia de livros e um café preto que de tão quente chegava a queimar as minhas mãos através do copo.Aquela voz que pedia pra que eu segurasse o elevador não me acordou, muito pelo contrário, de tão suave parecia uma brisa imperceptível, porém a imagem daquela menina linda, delicada nos gestos e no modo de falar, mas estabanada com as bolsas e livros que tinha em mãos fez com que tudo se tornasse claro e desperto.

Atrapalhei-me de tal forma com a cena que quase deixei o elevador ir, mas estendi minha perna a tempo fazendo com que a porta se reabrisse, ela entrou sorriu e agradeceu com um “obrigado”, “as ordens” foi a minha resposta somado a um sorriso recíproco, esse foi todo o nosso diálogo, no resto foi silêncio até que a porta se abrisse novamente e cada um tomasse uma direção no andar.

Fiquei me questionando pelo fato de que não sei o seu nome, provavelmente se cruzar com ela novamente eu não saberei que ela é a menina do elevador, mas aqueles minutos no elevador, naquela situação foram de tais formas importantes que fizeram com que minha manhã tomasse outro rumo que não a sonolência de sempre.

3 comentários:

  1. Sinto cheiro de realidade no ar.[2]


    Tu não existe Machi!

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  2. Sinto cheiro? Eu vejo a realidade em cada frase escrita aqui. Tri, tri mesmo brother!

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