quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Um breve conto

Fácil de perder – se

Uma combinação perfeita pra pensar coisas estranhas.
Madrugada (cerca de quatro da manhã), solitário assim como Brás Cubas a contar de sua vida em morte, sentado em uma esquina aquele moço bebe a sua cerveja e pensa. . . No que ele pensa? Nem ele quer saber, prefere não pensar nisso.
Mas ele está ali, o vento gélido na face cortando como sempre as esquinas vazias daquela cidade deserta. Ou pelo menos deserta às quatro da manhã!! Está bêbado, melhor, está levemente embriagado, já que tomou apenas algumas cervejas e uma dose de vodka barata. Está ali triste por. . . Também não sabe por que, mas deve ser fácil se entristecer as quatro da manhã em uma esquina fria com o vento batendo gelado na face sozinho e meio beba. . . Levemente embriagado.
Pensa então sobre o seu namoro com aquela loira de quase dois metros que precisava de degrau para beija - lá, ai lembra que nunca namorou nenhuma loira de dois metros de altura, mas seria bom se tivesse namorado e aquela seria uma boa hora para lembrar.
Dentre as muitas coisas que passavam na sua cabeça sem deixarem rastro pensou na sua vida amorosa cheia de fracassos, na sua faculdade com notas medíocres onde qualquer colega mil vezes mais imbecil tirava nota melhor sem explicação, nas brigas por dinheiro cada vez mais constantes na sua casa. Mas o que mais lhe incomodava eram aqueles últimos goles da cerveja que estavam quentes na garrafa.
Levantou, pensou nos amigos que estavam trabalhando ou dormindo para poderem trabalhar no dia seguinte e se sentiu só. Pensou em todas as gurias fáceis que poderiam bem estar por ali pra ele não dormir sozinho, mas ou estavam dormindo para trabalhar no outro dia ou estavam trepando com alguém menos bêbado que ele.
Parou num posto, pediu outra cerveja e saiu e com essas palavras disse a si mesmo como um louco olhando para a lua: “Frio desse jeito, quatro da manhã, ninguém nessa merda de rua, não vou comer ninguém, meus amigos me deixaram só pela merda do trabalho e parece que tem um monte de coisa ruim que só acontece comigo. . . Na verdade, acontece com todo mundo, mas ao invés de pensar nisso passando frio e bebendo estão dormindo ou trepando, acho que vou pra casa que amanha tenho que trabalhar.”

3 comentários:

  1. Realmente adoro teus posts Machi, pena que não são tão seguidos! :D

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  2. Cara tu ta ficando mt bom...sensacional esse texto,e isso realmente sao coisas q acontecem com todo mundo,essa coisa de sonhar como poderia ser sua vida e acordar e ver q ela nao eh tao colorida qto no sonho,mas a moral ao invez de gastar com cerveja passa numa loja de tinta e vamo colorir essa porra ae,independente da hora,independente da temperatura na rua,independente de qual esquina esteja...e como diria o animal do galvao bueno..."pra cima deles denilson" kspoakpskpakpsa

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  3. Esse conto tá pedindo “parte II”, a paisagem de inverno agora pode ter um fundo de verão. Muito show essa coisa de blog, comunicação de idéias é tudo nesse mundo louco. Hehehe.

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