segunda-feira, 8 de março de 2010

Ironias do Inconsciente

Perdido andava o pobre rapaz por uma estrada vazia, longa e larga e liquidada de tão velha. Caminhando pelo interior adentro de uma mata nos arredores de Dublin arriscando-se numa aventura cujo ânimo inicial já havia sido superado a tempo pelo tédio e arrependimento. Garoto moderno, sempre com muitos recursos ao seu alcance, completamente contemporâneo e da cidade, era obvio que só poderia se arrepender de entrar em uma aventura na mata. O motivo de tal loucura é tão obvio quanto o fato do seu arrependimento, é o motivo pelo qual todo homem sai dos trilhos do juízo e cai na perdição da besteira e da bobagem, a causa dessa situação é uma mulher!!
Não qualquer mulher, ou melhor, não uma mulher qualquer ao menos não para ele, analisemos a situação emocional do rapaz com mais atenção, ele passa muito tempo só, então encontra alguém que parece ser especial, parece não, é especial, alguém que se propõe a um investimento mutuo assim como ele, mas de repente do nada, como se um deus mítico das campinas decidisse interferir e fizesse com que ela voltasse atrás fazendo com que diga"Não quero mais sinto que ainda não é o meu tempo e peço perdão por ter desperdiçado o teu!"
Mas emfin surge uma idéia inteligentíssima de fazer uma caminhada na mata sozinho, e ele vai, vai se arrepende mas segue até encontrar algo extremamente esquisito, pense em uma vila pequena, e quando digo pequena me refiro que o número total de casas não chega a três dígitos e no centro destas onde deveria haver uma igreja, como de costume, havia um bar, um pub destes bem antigos que representam mais pela sua beleza do que pelos seus drinks.
Tamanha foi a sua surpresa ao adentrar no bar, ali não havia homens sentados e muito menos atendendo, havia apenas mulheres, e não me refiro a casa de mulheres que vendem seus corpos a qualquer estranho por qualquer nota e sim de mulheres que se encontrarem naquele fim de tarde para tomar a cerveja no bar com as amigas.
Muito intimidado ele recua, e avança, e recua novamente, e então respirando profundamente entra no bar e pede uma cerveja, então se põe a imaginar todas aquelas mulheres ali olhando com olhos de desejo para ele e a moça em que ele havia investido ali olhando fixamente para ele com ar de ciúmes e arrependimento por ter deixado tão cobiçado homem de lado.
Mas de repente houve bem ao fundo um barulho como de uma música, que aumenta, vai ficando mais alta, e mais, e mais até que este rapaz se acorda de seu sonho, deitado na sua cama, na sua casa e ao som do toque de seu celular onde a música é "Bar de Mulheres - Nei Lisboa". Ao olhar no display vê o nome da menina que ele decidiu investir um novo relacionamento, senta na cama, dá um largo sorriso e atende dizendo "Tive um sonho bem bacana, começava comigo cainhando por uma estrada vazia, longa, larga e liquidada . . .”

3 comentários:

  1. Massa, curti mesmo! Li a maioria dos lances que tu escreveu ali e bah tri mesmo velho! Segui. Abraço brow

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  2. Mas olha... tu escreve muito bem!! para uma primeira marinheira desse barco,digo, desse blog ja me encantei!! Muito bOm mesmOo! bjOo

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